Neto garuvense tatua oração ensinada por avó para homenageá-la

“Foi uma emoção muito grande, muito forte”, conta a avó

O neto Luiz Gustavo Vieira da Silva, 18 anos, morador do Centro de Garuva, decidiu homenagear a avó Elza Raimondi, 66 anos, de uma forma um tanto inusitada. Com um bilhetinho contendo uma oração escrita e ensinada por ela em língua italiana, o jovem decidiu tatuar os versos em seu braço, com a mesma caligrafia, para eternizar em seu corpo o amor pela avó.

Emocionada, Elza agradeceu a homenagem do neto. Gravação/Divulgação

Luiz conta que aprendeu a oração durante a infância, em um momento que estava com a avó conversando sobre lembranças do passado dela.
“Aí ela resolveu me ensinar a oração em italiano que ela tinha aprendido com a mãe dela”, conta o rapaz que faz a oração todas as noites antes de dormir.

Foto/Divulgação

A ideia de fazer a tatuagem surgiu com a vontade de registrar em sua pele algo que simbolizasse o amor que sente por ela, mas, não foi esta informação que contou para a avó após pedir a ajuda dela para pagar o procedimento que, de acordo com a história inventada por ele, seria de outro objeto simbólico.

Com a tatuagem pronta, era hora de mostrar a homenagem para a avó. O momento foi acompanhado e registrado por familiares em uma gravação.

“Quando ele chegou de Joinville e veio me mostrar a tatuagem, no momento, eu ainda achava que era o “lobo” – história inventada por Luiz – e que ele tinha me enganado, mas, quando ele ergueu a blusinha e mostrou o braço, mesmo assim, ainda não estava acreditando no que estava vendo. Cheguei bem perto, mas, como não enxergo bem, ainda não conseguia ver. Depois, peguei meu óculos e fui bem pertinho, e percebi que era a oração que tinha ensinado. Pra mim foi uma emoção muito grande, muito forte”, conta a avó que se sentiu importante com a homenagem.

Elza conta que aprendeu a oração com sua mãe, mas que teve dificuldade na infância de tirá-la da memória e passá-la para o papel, pois não sabia escrever, por ter abandonado os estudos ainda criança. “Mas, com o passar do tempo, fui crescendo e aprendi a escrever com o meu italiano, – escrevendo as palavras como elas são faladas – do jeito que aprendi com meus pais”, conta a avó satisfeita por perpetuar a singela oração em sua geração.

Herison Schorr
Herison Schorr

Escritor e jornalista formado pela Faculdade Bom Jesus Ielusc