“Somos sensíveis quando precisamos e fortes quando necessitamos”, afirmou Dulce Nelci Schussler
Tudo começou como um desafio, algo recorrente na vida de uma mulher. Com o filho já atuando como bombeiro, Dulce Nelci Schussler viu no Corpo De Bombeiros de Garuva uma nova profissão, muito diferente daquela que atuou durante anos: vendedora de material de construção. Mas a ideia foi contestada pelo filho, que acreditou que a mãe não conseguiria passar pelas constantes provas de exercícios físicos que a corporação aplica aos iniciantes.



Perspicaz, Dulce adentrou à academia como forma de auxiliar no condicionamento físico para as provas de fogo que, segundo ela, foram desafiadoras. “Não foi fácil, porque, na época, já tinha 54 anos e não praticava nenhum tipo de esporte”, revelou.

O desafio foi superado e Dulce passou a atuar como bombeira comunitária em Garuva, e, nesses seis anos, acabou descobrindo seu papel como mulher em uma instituição majoritariamente masculina:
“O papel da mulher dentro da corporação dos bombeiros é muito importante, pois, além de ser mulher, mãe e avó temos muito sentimento de carinho por todas as pessoas que socorremos, somos sensíveis quando precisamos e fortes quando necessitamos”, disse.

Bombeira, mãe e avó
Atualmente com 60 anos, a bombeira, que agora é avó, concilia seu trabalho na corporação entre os cuidados da casa, dos filhos e do neto. Ao vestir-se com seu uniforme azul, veste-se também com o sentimento materno e de avó que carrega com sigo nas ocorrências, onde já viu seu coração apertar com inúmeras envolvendo crianças.

“Ocorrências que fui nesses seis anos de bombeira comunitária teve várias situações em que me vi no lugar daquela mãe, e sei o quanto é difícil ver seu filho ou neto sofrendo. É difícil falar, porque, quando envolve bebês e crianças, as coisas já vão mais para o lado emocional, porque ninguém gosta de ver seu filho passando mal ou sofrer um acidente”, afirmou.

O coração de mãe também aperta quando é o filho que sai às pressas para atender uma emergência. “De um coração enorme que não sabe dizer não, já participou de vários acidentes graves e eu sempre coloco a vida dele nas mãos de Deus”, destacou.

Ao lado do filho, Dulce destaca a necessidade de levar não só o atendimento profissional, mas, também, o alento às pessoas que precisam. “Tudo o que faço é com amor e por amor”, encerrou.
Texto: Herison Schorr
Jornalista formado pela Faculdade Bom Jesus Ielusc
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