Em Garuva, pai afirma que filho de 5 anos foi maltratado por funcionária durante retirada de RG; Prefeitura se manifesta

Era para ser um dia empolgante, esperado com muita ansiedade pelo caçula de apenas 5 anos, como conta o pai, o microempresário Danilo Cleisson Guilherme Moreira, de 24 anos, morador do bairro Jardim Garuva. “Ele foi todo empolgado para fazer a identidade, ele cortou o cabelo pra fazer identidade, pra tirar a foto, estava super empolgado”, afirmou. Mas, durante o procedimento para emissão do documento, o dia tão esperado se transformou em aflição e revolta, após, de acordo com o pai, a família, principalmente, a criança, ser maltratada pela funcionária pública que atua no local.

‘Ela já começou me destratando por causa da identidade’

Para retirar a identidade do filho, Danilo teve que apresentar a sua. De acordo com o empresário, sua RG, de fato, estava velha e necessitava de uma nova; porém, esse foi, segundo ele, o motivo para iniciar os maus-tratos. “Ela já começou me destratando por causa da identidade, falando que era relaxo, que eu estava errado em ter uma identidade daquele jeito, que eu poderia ter comprado um ‘plastiquinho'”, contou. Danilo afirma que, de primeiro momento, concordou com as falas da funcionária, reafirmando que, em breve, faria uma nova.

Danilo realizou uma reclamação na Ouvidoria da Prefeitura do município Foto: Herison Schorr

Após as primeiras falas insensíveis, Danilo complementa que os maus-tratos da parte dela foram direcionados à criança que aguardava ao lado, após iniciar o preparo para a retirada da foto.

“Ela queria que ele sentasse posicionado, certinho, no meio, pra poder tirar a foto, só que ele sentou um pouco mais para o lado e ela começou a gritar com ele: ‘Não, mais para o lado! Não! Você não está no lado! Você está mais na ponta!’, foi o momento que me irritei, levantei e falei: ‘Olha, filho, senta mais para o lado, aqui…'”, afirmou Danilo.

O pai relata que para fazer a foto ‘ideal’ também houve demora. Ele afirma que a funcionária repetiu os procedimentos até realizar a foto desejada, ainda gritando com a criança: “‘Ergue a cabeça! Abaixa a cabeça!’, e começou a tocar ele, tocar no queixo dele, puxar o queixo dele pra cima. ‘Ergue a cabeça!’, aí abaixava a cabeça dele, mexia nos ombros dele… Eu falei: ‘Olha, você deixa que eu arrumo ele’, que eu já estava estressado na hora. Aí eu levante e arrumei ele, daí tirou a foto, daí deu certo”, contou.

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O empresário lamenta que os sorrisos do filho transformaram-se em tristeza. Ao observar a foto, a primeira identidade dele, apresentou as feições de um menino sério. “Por que ele, também, ficou numa situação; aquela pressão, aqueles gritos”, relatou.

As digitais

Danilo afirma que, após a retirada da foto, outro momento de maus-tratos foi na hora de registrar as digitais do menino, quando a funcionária passou a erguer a voz por ele não saber qual mão era a esquerda.

“Ele tem cinco anos, ele não sabe diferenciar o que é mão esquerda da direita, ele deu a mão errada, ele deu a mão direita, e ela gritando com ele”, disse.

De acordo com o pai, a funcionária percebeu a sua reprovação ao tratamento que oferecia ao filho e tentou agradá-los, mostrando o resultado final do trabalho.

“Foi uma experiência muito ruim, eu tenho que fazer a identidade, tem um outro filho que tem que fazer a identidade, mas não dá coragem de ir lá fazer, sabendo que vai passar por tudo isso, de novo. Saber que vai passar por toda essa ignorância, de novo, com esses gritos”, sugere.

Danilo enfatiza que na tarde desta sexta-feira (8), ligou para a Ouvidoria da Prefeitura de Garuva para fazer uma reclamação, e irá aguardar a posição da entidade. “Ela é muito grossa, muito estúpida, gritou muito o tempo todo”, lamentou. No mesmo dia, sua esposa publicou nas redes sociais o ocorrido, onde perceberam que outros moradores do município também relataram problemas causados pela mesma funcionária.

Prefeitura de Garuva se manifesta

Em nota ao Folha Norte SC, a Prefeitura de Garuva afirmou na terça-feira (5) que já está ciente do ocorrido, após uma outra denúncia anônima sobre o mesmo caso. Leia a nota na íntegra:

Por meio da Assessoria de Comunicação, a Prefeitura informou que recebeu uma denúncia anônima na Ouvidoria, na manhã desta terça-feira, da qual se trata da mesma reclamação. A denúncia foi registrada e será realizada a averiguação dos fatos, para que as medidas cabíveis sejam tomadas. O prazo para resposta dessa solicitação é de 30 dias.

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Texto: Herison Schorr

Jornalista formado pela Faculdade Bom Jesus Ielusc