O jovem não resistiu ao ferimentos de um acidente de carro e morreu nesse domingo (12)
Alan Cristian Bernardi é lembrado por familiares e amigos como um rapaz alegre e tímido. Aos 26 anos, cursava administração e seguia uma jornada de esforço, por meio de seu trabalho, para a conquista de sonhos, balizado por duas grandes características: esforço e organização. “O último que ele tinha realizado era o carro. Ele sonhava em ter um Jetta, sempre falava isso: ‘Um dia eu vou ter um Jetta’. E ele havia conseguido realizá-lo. Amava e cuidava muito daquele carro”, contou a irmã Suelen Bernardi Rieper, de 31 anos. O sonho seguinte, segundo Suelen, era a compra de uma casa própria ‘com as coisinhas dele’. O jovem não resistiu ao ferimentos de um acidente de carro e morreu nesse domingo (12).

Para as irmãs e a mãe, Alan era parceiro e muito carinhoso com os que estavam a sua volta. Sempre preocupado se todos que ele amava estavam bem. Auxiliava no que fosse preciso. “O Alan, na maior parte do tempo, era uma pessoa alegre, divertida, gostava de fazer umas brincadeiras… Sempre ficava pegando no nosso pé em casa, não podia ver a gente quieto que já vinha ‘cutucar’”, lembrou. Mas, também, haviam aqueles momentos onde os sorrisos desapareciam por uma fração curta de tempo. “Tinha os momentos de ser estressado ou ‘nervosinho’ também, mas, nesses, ele ficava no canto dele”, completou.

Suelen, grávida de oito meses, conta que, de todas as lembranças bonitas que teve a oportunidade de vivenciar ao lado do irmão, uma delas foi quando revelou a ele a sobrinha que estava a caminho. Segundo ela, Alan foi o primeiro a saber. “Ele se emocionou muito, e choramos juntos de alegria. Nunca vou esquecer a cara e a emoção daquele momento”, comentou.


Ao observar a história do irmão, Suelen acredita que seu legado foi viver a vida de uma maneira leve e feliz, sendo uma pessoa boa com todos. “O teu legado não é aquilo que deixa para as pessoas, é aquilo que deixa nas pessoas! E ele deixou amor e alegria por onde passou”, ressaltou.
“Ele era um irmão”
Foram 11 anos de amizade ao lado de Alan, como conta a esteticista Sônia Mara e seu esposo. A amiga, que o conheceu por meio de um casal de amigos, lembra que, naquela época, ele ainda tinha 15 anos, e era levado pelo casal para os passeios. Cativados pelo carisma do jovem, a amizade foi se estendendo para toda a sua família.


Das lembranças que ficaram no passado e nos sentimentos, Sônia jamais esquecerá de uma, em especial, um tanto cômica.
“Foi um dia que os amigos reunidos conversando e brincando e, do nada, tivemos um ataque de risos, que durou muito, mas muito tempo. A gente não podia olhar um para o outro, choramos e deitamos no chão. Quando passou, ninguém soube explicar o porquê, ou quem falou algo. Foi muito bom. Lembramos disso mais vezes depois tentando entender. Nunca vou esquecer esse dia”, contou.

Para a amiga, a amizade de Alan era pura, simples e de verdade. “Ele era um irmão, sempre alegre, pronto para tudo, parceiro. O Alan sempre estava, sempre”, afirmou.
“Acompanhamos ele sair da adolescência e se transformar num homem maravilhoso”
Verônica Cordeiro Lennertz e o esposo conheceram Alan em 2012, quando ele ainda era adolescente. A funcionária pública lembra que o jovem tornou-se funcionário no mercado que na época era de sua família, onde passou a trabalhar e conviver com seu esposo. A rotina fez a amizade surgir, com visitas semanais à casa de Verônica, para partidas de video game.

“Os laços foram se criando dessa forma, naturalmente. Era uma relação de irmãos mais velhos que tínhamos”, contou.
Quando perguntado sobre uma lembrança especial com Alan, Verônica não consegue mensurar quantos momentos bons passou ao lado do amigo, que sempre esteve junto nos eventos importantes e no dia-a-dia.


“Ver todo o amor e carinho que ele tinha com nossa filha era maravilhoso, os dois se amam demais. A Elisa ficava ‘doida’ quando o tio Alan chegava, quando brincava com ela, era lindo de ver. Saber que não vamos mais ver isso, e que ela aos poucos não vai mais lembrar, dói muito”, lamentou.
A amiga afirma que Alan era sempre o primeiro a ser lembrado; uma parceiro para tudo, nas horas boas e ruins, podendo contar com ele para qualquer missão, com seu jeito meigo e carinhoso. “Acompanhamos ele sair da adolescência e se transformar num homem maravilhoso, com um coração gigante. A dor de perdê-lo está sendo a maior que já sentimos. A falta que ele vai fazer, ninguém vai preencher. Amaremos este cara por toda nossa vida”, encerrou.
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Texto: Herison Schorr
Jornalista formado pela Faculdade Bom Jesus Ielusc