Os três municípios estão entre as 20 maiores taxas de incidência de dengue de Santa Catarina
A ascensão da dengue no território catarinense preocupa as autoridades do estado. Nos municípios de Araquari, Garuva e São Francisco do Sul, de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Diretório de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), houve um novo aumento de casos em relação ao último levantamento. Veja:
Município | Casos divulgados em 8 de abril | Casos divulgados em 17 de abril |
Araquari | 71 | 119 |
Garuva | 5 | 44 |
São Francisco do Sul | 46 | 98 |
Os altos índices de contaminados em relação ao número de habitante dos municípios colocam Araquari, Garuva e São Francisco do Sul entre as 20 maiores taxas de incidência de dengue de Santa Catarina.
Os três município também são classificados pela Dive/SC como infestados pelo mosquito transmissor da dengue devido aos números expressivos de focos de larvas do Aedes aegypti encontrados. Veja:
Município | Focos identificados em 2023 |
Araquari | 848 |
Garuva | 170 |
Itapoá | 398 |
Ações do Governo de SC
Dos R$ 10 milhões anunciados pelo Governo do Estado para ajudar no combate à dengue, R$ 6 milhões já foram solicitados por municípios que decretaram situação de emergência. Até o momento, Joinville, Florianópolis, Coronel Freitas, Saudades, Palhoça e São José pediram à Secretaria da Saúde o apoio financeiro. Essa é apenas uma das ações do Governo de SC no combate à dengue.

“Esse valor vai ser repassado para esses municípios conforme as regras estabelecidas na portaria. O montante é destinado para assistência dos casos de dengue, com ampliação do horário de atendimento dos postos de saúde, além da ampliação das equipes de saúde nos serviços de emergência”, explica Fábio Gaudenzi, médico infectologista e Superintendente de Vigilância em Saúde de SC.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC) acompanha as ações de vigilância epidemiológica e controle vetorial realizadas pelos municípios, com equipes técnicas lotadas no nível central e nas 17 Gerências Regionais de Saúde (GERSA). Além disso, a região da Grande Florianópolis conta com o Centro de Operações de Emergências de Arboviroses (COE-Arboviroses). “As ações são executadas em âmbito municipal, pelas equipes das Secretarias Municipais de Saúde, com apoio técnico e complementar da Secretaria de Estado da Saúde. Existe uma rotina de visita às equipes municipais, para monitoramento das atividades realizadas pelas equipes municipais, assim como, recomendações e apoio técnico diante das situações identificadas”, explica Gaudenzi.
Confira algumas ações já realizadas no Estado:
– Campanha de comunicação, com divulgação das informações em diferentes meios de comunicação e redes sociais;
– Disparo de mensagens SMS, através do sistema de alerta da Secretaria de Estado de Proteção e Defesa Civil;
– Publicação de Informes Epidemiológicos semanais;
– Reunião técnica (web-reunião) com os supervisores das Gerências Regionais de Saúde;
– Capacitação dos Agentes de Combate a Endemias, Biólogos e Técnicos Agrícolas para aplicação de inseticidas realizada em 14 Gerências Regionais de Saúde capacitando 252 profissionais;
– Aplicação de inseticida à Ultra Baixo Volume acoplado a veículo em 4.313 hectares;
– Visitas técnicas aos municípios de Florianópolis e Palhoça;
– Reunião técnica com os municípios da Gerência Regional de Saúde de Joinville;
– Reunião com os Núcleos Hospitalares de Vigilância Epidemiológicas dos Hospitais da Grande Florianópolis;
– Webinar de Vigilância e Manejo Clínico da Dengue;
– Capacitação de Vigilância e Manejo Clínico das Arboviroses com presença de técnicos do Ministério da Saúde;
– Distribuição de inseticidas e larvicidas para bloqueio de transmissão e aplicação residual em pontos estratégicos.
– Envio do ofício ao Ministério da Saúde, solicitando, com urgência:
- aporte de valores que permitam aos municípios a pagarem os Agentes de Combate às Endemias (ACE) que já estão contratados e registrados;
- aporte financeiro emergencial para que as equipes de atenção primária de regiões que apresentam elevada vulnerabilidade social possam realizar atendimento em horário ampliado (até 22h), facilitando o acesso dos casos suspeitos ao serviço de saúde local;
- avaliação para a incorporação de novas tecnologias para o controle vetorial e da doença, como o uso de mosquitos estéreis, mosquitos com a wolbachia, armadilhas dispersoras de inseticida e a aplicação de vacinas contra a dengue em populações vulneráveis, tendo em vista o aumento dos casos graves e óbitos observado nos últimos anos;
- deslocamento de equipe técnica do MS e parceiros (OPAS) para reforçar as capacitações da rede de assistência à saúde para o adequado manejo dos casos ainda no primeiro atendimento, evitando o agravamento;
- envio de inseticida adulticida para atender a demanda de aplicação diante do aumento do número de casos. Além disso, apoio com o treinamento na aplicação dos novos produtos e para a calibração dos equipamentos;
- envio/remanejamento de seis (6) veículos, para instalação dos equipamentos de Ultra Baixo Volume (UBV) adquiridos pela Secretaria de Estado da Saúde, visando a ampliação da capacidade operacional diante do cenário epidemiológico.
Dengue em SC
Santa Catarina já tem 10.637 casos confirmados de dengue. Desse total, a maioria (8.307) é autóctone, ou seja, casos contraídos dentro do estado. Ainda de acordo com o último informe epidemiológico, divulgado nesta quarta-feira, 12, pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC), 10 óbitos já foram registrados pela doença (Araquari, Balneário Camboriú, Coronel Freitas, Florianópolis, Joinville (03) e Palhoça (03)).
Cinco municípios estão em epidemia de dengue: Joinville, Palhoça, Quilombo, Saudades e União do Oeste. A caracterização de epidemia ocorre pela relação entre o número de casos confirmados e de habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o nível de transmissão epidêmico quando a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes.
Sintomas
Os sintomas da dengue são: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. Podem ocorrer também náuseas e vômitos.
Todos os casos de dengue devem ser monitorados quanto à presença de sinais de alarme, que são os seguintes: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, hipotensão postural, sangramentos de mucosa, letargia (sonolência) ou irritabilidade.
“Outro ponto importante: o tratamento da dengue é a hidratação adequada. Por isso, desde a entrada na unidade de saúde até a alta, a recomendação é hidratar. Isso é essencial para evitar a evolução dos casos leves em graves”, explica Fábio Gaudenzi, médico infectologista e superintendente de Vigilância em Saúde de SC.
São considerados grupos de risco para dengue: crianças, gestantes, adultos com idade acima de 65 anos, pessoas com comorbidades, como hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica (Dpoc), asma, obesidade, doenças hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme e púrpuras), doença renal crônica, doença ácido péptica, hepatopatias e doenças autoimunes.
“É importante que os serviços de saúde do Estado utilizem o fluxograma de manejo clínico para atendimento dos casos de dengue e façam a classificação correta para o atendimento oportuno. Assim, vamos conseguir evitar casos graves e óbitos”, enfatiza João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE/SC.
A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada com o vírus. A principal medida de prevenção da doença é eliminar os criadouros do mosquito.
O que fazer para prevenir a dengue?
• Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
• Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
• Mantenha lixeiras tampadas;
• Deixe os tanques utilizados para armazenar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
• Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
• Mantenha ralos fechados e desentupidos;
• Lave com escova os potes de comida e de água dos animais, no mínimo uma vez por semana;
• Retire a água acumulada em lajes;
• Limpe as calhas, evitado que galhos ou outros objetos não permitam o escoamento adequado da água;
• Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em vasos sanitários pouco usados e mantenha a tampa sempre fechada;
• Evite acumular entulho, pois podem se tornar criadouros do mosquito.
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Texto/Edição: Herison Schorr
Jornalista formado pela Faculdade Bom Jesus Ielusc
Informações obtidas no site do Governo de SC e Dive/SC