Município também enfrenta epidemia de dengue, pela primeira vez em sua história
Até abril deste ano, os casos de Covid-19 estavam, sugestivamente, zerados em Garuva. Com o controle da doença, naquele mês inteiro, foram contabilizados apenas dois casos no município. Com a chegada do frio e com ele o ressurgimento de doenças respiratórias, a Covid-19 voltou a ocupar espaço no boletim epidemiológico garuvense, à medida que o município enfrenta uma epidemia de dengue, pela primeira vez em sua história.

Em maio, o total foi de 48 contaminados pela doença, com maior incidência na população entre 12 e 60 anos. Na primeira semana de junho, já contabilizam 21 novas contaminações, com uma pessoa do município internada devido à doença, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Devido ao aumento do número de casos no município, a Secretaria de Estado da Saúde classificou Garuva, e mais 115 municípios catarinenses, como nível médio de alerta epidemiológico para contaminação de Covid-19. A classificação apresentada pela entidade vai de baixa a alta.

De acordo com a análise da médica Emmanuelle Reis, que atua na rede pública de saúde em Garuva, de fato, o município vive a quarta onda da Covid-19, assim como todo o Brasil. Porém, ela ressalta que essa onda não começou agora, mas, sim, em abril.
“Já era esperado que isso acontecesse, por causa do relaxamento das medidas de proteção – uso de máscara principalmente em locais fechados -, pela presença de variantes com alta transmissibilidade no Brasil, como a Ômicron e, também, pela queda da taxa de proteção das vacinas com o passar dos meses após a pessoa se imunizar. As pessoas acham que a Covid acabou, e muitos não estão indo fazer a dose de reforço”, explicou.
Emmanuelle complementa sobre a importância da vacina como forma de atravessar esta nova onda com proteção, enfatizando a diminuição dos casos graves, por meio da imunização. “Se você perceber, não estamos vendo casos graves como víamos antes da chegada das vacinas, ou seja, as vacinas funcionam para o que elas foram desenvolvidas: a prevenção de casos mais graves da doença, causando hospitalização e morte”, afirmou. Para ela, se as pessoas continuarem não procurando os serviços de saúde, para receber as doses de reforço, ocasionará na queda da imunidade, o que, segundo a médica, é natural.
“Isso acontece com qualquer imunizante, e a chance de novas variantes irem surgindo é maior. Como a gente não tem imunidade contra todas as variantes, e as pessoas já cansadas de usar máscara, ainda com o frio, onde se fica mais confinado em ambientes fechados, a chance de transmissão aumenta”, alertou.
Quando perguntado sobre a possibilidade de Garuva retomar com medidas protetivas, assim como outros municípios do estado que retornaram o uso de máscaras, Emmanuelle acredita que não irá acontecer, projetando na comunidade a responsabilidade para evitar a propagação da doença
“Cabe às pessoas bom senso de respeitar o uso de máscaras em ambientes de saúde (UBS, UPA, hospitais e clínicas), e deveria ser rotina nossa usar máscara quando estivéssemos com sintomas respiratórios, não só para prevenção do Covid, mas, sim, de qualquer doença que se propague através da tosse, espirro ou fala”, sugeriu.
Cobertura vacinal em Garuva contra a Covid-19 entre o período: 18 de janeiro de 2021 a 13 de maio de 2022, segundo a Vigilância Epidemiológica do município:
Primeira dose =14.291 = 84,78% da população vacinável;
Esquema primário (segunda dose ou dose única) = 13.042 = 77,7% da população vacinável;
Primeiro reforço =4.567 = 34,42% da população vacinável;
Segundo reforço = maior de 60 anos = 91.
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Texto: Herison Schorr
Jornalista formado pela Faculdade Bom Jesus Ielusc