Santa Catarina é um estado com histórias de mulheres fortes, ainda que desconhecidas. Elas permeiam suas vidas num legado de devoção às suas causas, em defesa de uma comunidade vulnerável. São exímias líderes que usam de suas influências para transformar, num senso coletivo de partilha de sabedoria e respeito. O site Heris traz, hoje, no Dia Internacional da Mulher, três exemplos de legados femininos.
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Sônia Maria Costa Rocha é agente de saúde em São Francisco do Sul, onde nasceu e reside com a família. A francisquense é fundadora e presidente da ONG SOS Vida Sem Fome, uma entidade que atende centenas de famílias da Ilha de São Francisco em vulnerabilidade social. “Dona Soninha”, como é conhecida, tem um passado marcado pela pobreza e pela perda de um filho, vítima de meningite. Iniciou a renda da casa vendendo marisco e caranguejo com o esposo e, hoje, é um exemplo de superação e lute em prol da comunidade carente.
Sofia de Araújo nasceu em Blumenau no ano de 1926, numa família de colonos. Ao se mudar com sua família em Itapoá, descobriu que era uma das únicas da comunidade que sabia ler e escrever, e iniciou uma campanha de alfabetização dos filhos da então vila de pescadores esquecida pelo poder público. Mesmo sem receber seu salário como professora, nunca abandonou as salas de aula, trabalhando em bananais após o encerramento das aulas, para ajudar no sustento da casa. Após sua filha contrair sequelas de meningite, a professora iniciou uma campanha de inclusão de pessoas com deficiência, em uma época onde essa população era enviada aos hospícios.
Lucilene Skibinski teve uma infância marcada pelos traumas da convivência com uma mãe alcoólatra. Na adolescência, a pequena agricultora buscou possibilidades de trabalho e estudo, onde se encantou pela pedagogia. Na vida adulta, teve uma ideia para estimular a renda das famílias de outras mulheres colonas da localidade onde vive, em Porto União. Foi desse propósito que surgiu as Semeadoras do Contestado, uma associação que visa fortalecer a economia das agricultoras da região com a venda de produtos agrícolas e artesanais, promovendo o empoderamento feminino pela independência financeira das mulheres.
Texto: Herison Schorr
Jornalista Formado pela Faculdade Bom Jesus Ielusc