Sementes que Escolhi, documentário produzido pelo canal Heris que conta tragetória de vida da fundadora da Associação Semeadoras do Contestado, Lucilene Skibinski, é a essência de iniciativas populares e agrícolas que devemos conhecer e apoiar de forma efetiva, como um estímulo ao pequeno agricultor que vê sua renda abalar-se com constantes avarias causadas pela natureza. A Associação é conduzida por mulheres agricultoras que uniram-se na busca pelo fortalecimento das finanças do lar.

Assista ao documentário Sementes que Escolhi, publicado pelo canal Heris, no YouTube. Link no final da matéria Arte/Divulgação
A agricultura familiar, hoje, é fomentada pela ascensão da procura por produtos orgânicos, e pelo conceito de “comidas afetivas“, um movimento gastronômico que visa resgatar sabores da infância, geralmente, em vivências interioranas. Esses novos conceitos criam um caminho econômico que está se consolidando entre as populações urbanas rumo às zonas rurais ou aos estabelecimentos das cidades onde os produtos ganham cada vez mais espaços nas prateleiras, como no caso das Semeadoras que adquiriam no Portal do município de Porto União um ponto estratégico de vendas e divulgação.

Semeadoras do Contestado. Mulheres agrícolas de Porto União uniram-se para estimularem renda familiar. Foto/Acervo
Essa proximidade crescente aos produtos agrícolas e artesanais, além de trazer benefícios de uma saúde longe de alimentos processados, tornou-se uma alternativa otimista para as atividades dos pequenos agricultores que calejam-se com o clima extremo: se em 2022 a agricultura catarinense foi abalada por um prejuízo de R$ 3,7 bilhões com a estiagem, no ano seguinte, apenas em outubro, foram mais de R$1,6 bilhão levados pelas enchentes de 2023.
O risco em relação a uma possível crise alimentar causada pelos prejuízos climáticos tem como consequência não apenas, propriamente, as perdas dos produtos, mas, também, o adoecimento emocional dos agricultores e a perda do interesse de jovens em relação ao trabalho no campo, minguando a possibilidade de perpetuação da agricultura.
Como jornalista, destaco o papel da imprensa para divulgar essas iniciativas de estímulo à renda do agricultor, reservando nas pautas semanais espaços voltados às colônias, promovendo, assim, a abertura de novos caminhos econômicos das comunidades agrícolas.
Em meio às incertezas meteorológicos, nos apegamos às certezas de que é no campo o solo consolidado da economia catarinense.
Clique aqui e assista ao documentário Sementes que Escolhi
Texto: Herison Schorr
Jornalista formado pela Faculdade Bom Jesus Ielusc