“Sem folha; sem Orixá”. Um ditado da língua Yorubá é tema do novo documentário “Folhas e Orixás” do canal Heris. Susana Bernardo Luz é professora de biologia e mãe de santo no Barracão Zumbi, em Garuva, Norte de Santa Catarina. Ao lado do seu filho de santo, o engenheiro de software Alexandre Silva, a professora faz uma reflexão sobre o uso de materiais não biodegradáveis durante as cerimônias da Umbanda, defendendo a tese do uso de produtos que não agridam a natureza, como as próprias plantas.
Documentário está disponível no canal Heris, do Youtube. Foto/Herison Schorr
“Isso remete muito sobre a educação das pessoas, porque se você vai levar algo lá, eu imagino que você deveria voltar lá para recolher. Pode ser que não tenha ninguém fazer esse trabalho”, sugeriu sobre as oferendas que são deixadas em ar livre; em muitos casos, com copos e pratos plásticos e garrafas de vidro.
“Não traz axé”
A mãe de santo traz, ainda, uma reflexão espiritual sobre esse comportamento, ainda comum entre os umbandistas. “Se você deixar lá, é lixo. Uma poluição visual, algo muito negativo. Eu acho que Orixá não quer que a gente faça isso lá. Não traz axé”, enfatizou.
Mãe de santo Susana Bernardo defende o uso de materiais biodegradáveis durante as cerimônias. Foto/Herison Schorr
Ancestralidade
Alexandre comenta sobre um resgate da ancestralidade da religião de matriz africana ao período onde não existia plástico, um movimento que tornou-se necessário para adequarem-se aos novos conceitos sobre a importância de preservação da natureza. “As religiões de matriz africana têm uma base naturalista, elas procuram ensinar a necessidade desse equilíbrio para que a gente possa receber as bênçãos, que tem a ver com o retorno que a natureza nos dá”, acrescentou.
Alexandre Silva destaca o resgate da ancestralidade da umbanda para um novo olhar em relação à natureza. Foto/Herison Schorr
O documentário “Folhas e Orixás” está disponível no Youtube. Clique aqui para assistir.
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Texto: Herison Schorr
Jornalista formado pela Faculdade Bom Jesus Ielusc
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