Alerta de ciclone faz população de Garuva se mobilizar e reviver trauma de 2020

A população de Garuva amanheceu em alerta na manhã desta segunda-feira (8), após a divulgação de que ventos de até 80 km/h podem atingir o município nos próximos dias, causando destelhamentos, queda de postes e de árvores. O fenômeno será resultante da influencia de um ciclone extratropical que age na costa brasileira.

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Os avisos das entidades de monitoramento se espalharam rapidamente reacendendo um trauma vivido pelo município no final de junho de 2020, quando Garuva foi devastada pelo que ficou conhecido posteriormente como ciclone-bomba. As informações preliminares é que iniciaram na tarde de hoje vendas atípica de velas em alguns supermercados do município, além de outras ações de precaução.

Ventos chegaram a 120 km/h na passagem do ciclone-bomba, em 2020. Foto/Acervo

A servidora pública Anne Caroline Schlogl assim que soube da possibilidade do município ser atingido pelas rajadas de vento já iniciou os preparos para amenizar os impactos do fenômeno em sua família. Abastecida com itens básicos de alimentação, água e velas, a servidora sugere que nunca há uma certeza do que pode acontecer, mas toda a cautela é necessária.

Porém, dos cuidados mais expressivos em sua casa, um deles é primordial: preparar seu filho Davi Arthur Lemes Rodrigues, de 6 anos, diagnosticado com autismo. Anne conta que em 2020, com a passagem do ciclone, assim como muitas crianças garuvenses, seu filho ficou traumatizado, o que impactou profundamente em seu desenvolvimento.

A servidora comenta que irá trabalhar a compreensão da tempestade com histórias lúdicas para que o filho tenha conhecimento do que pode ocorrer, tornando-o mais compreensível.

Davi após passagem do ciclone-bomba, em 2020. Foto/Acervo

“Vou usar a estratégia de contar história para ele sobre o vento, porque, se o vento vim, a gente vai ficar mais protegido, porque a gente sabe combater ele, por estar mais organizado”, sugeriu.

Pedidos por proteção divina

A vendedora Rosângela Cavalcante dos Santos, de 55 anos, afirma que ainda tem de sobra as velas que foram usadas em 2020. Moradora do bairro Giorgia Paula, a garuvense já faz planos para os próximos dias. “Não vou sair de casa; se for necessário, não vou deixar minhas netas irem para escola”, afirmou, preocupada.

Rosângela destaca sobre a preocupação que tem com pessoas que são mais vulneráveis aos efeitos do vento, como aquelas que não possuem casas com lage, assim como ela. “Pedimos a proteção de Deus, por todos nós”, orou e lembrou do dia em que teve que abrigar os vizinhos que tiveram suas casas destelhadas pelo ciclone-bomba.

Texto: Herison Schorr

Jornalista formado pela Faculdade Bom Jesus Ielusc

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