Vem o vento, sopra, e tudo fica frio novamente. Há uma hortênsia que desabrocha na calçada. Prestes a colorir o verde que já estava presente muito antes do primeiro botão ser abraçado pelo sol daquela manhã de primavera.
Ela não está só; aos poucos, as flores revelam suas cores e ouvem o barulho de pequenos vivenciando suas melhores infâncias, com os pés molhados na cascata. Hoje tem sopro de brisa, que balança, que silencia, que acolhe. Há cheiro de café saindo da janela do chalé, são 16 horas de uma tarde de verão.
Do outro lado da colina, ela sente os passos de quem caminha, contornando os espinhos de araucária, e colhendo seus frutos no auge do outono. Suas cores desabotam e as folhas se despedem.
A primeira manhã de julho faz Campo Alegre se despertar, se reinventar. Há lareiras acesas e fumaça saudosa subindo na chaminé. Na calçada, há silêncio, e a hortênsia parece embalar no sono os resquícios do primeiro botão. Vem o vento, sopra, e tudo fica frio novamente.
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Texto: Herison Schorr
Formado pela Faculdade Bom Jesus Ielusc